Breve História de um Intenso Percurso
Nos primeiros 4 anos da sua vida (1996-2000), a Fundação D. Luís I esteve instalada na chamada “Casa dos Guardas”, junto ao Museu Conde Castro Guimarães, onde foram lançadas as bases da dinâmica da Fundação.
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Casa dos Guardas
Parque Marchal Carmona em Cascais
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Nesse período, o Conselho de Administração da Fundação definiu, como ponto de partida para a sua actividade, três objectivos principais:
1.
Promover conversações com a Fundación Bancaja, de Valência, proprietária de várias colecções completas da obra gráfica de Pablo Picasso (entre outro importantíssimo património artístico), com vista à assinatura de um protocolo de cooperação; 2.
A concretização de um acordo com o coleccionador Duarte Pinto Coelho mediante o qual viesse a ser cedida à Fundação, em regime de depósito durante 10 anos, a sua valiosa colecção de Cerâmica das Caldas;
3.
A preparação da II Bienal de Cascais, então designada por Bienal da Utopia, tendo como ponto alto a apresentação da série Quixotes, de Júlio Pomar.
Recordando as primícias, Salvato Teles de Menezes, Administrador-Delegado, referiu: «Foram tempos difíceis, como acontece sempre que um projecto arranca, mas foi possível, com o apoio de todos os membros do Conselho de Administração, desenvolver as diligências e obter os patrocínios que permitiram à Fundação, ainda sem o espaço do Centro Cultural de Cascais, encontrar as soluções mais adequadas à situação.”
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Paralelamente aquelas três linhas de força que marcaram o arranque da actividade cultural da Fundação decorreram iniciativas que provaram o ecletismo da programação fundacional: debate sobre a regionalização com grandes figuras nacionais (Professores António Borges Coelho, Jorge Gaspar, A. H. de Oliveira Marques, José Vieira de Carvalho, César de Oliveira e Augusto Santos Silva, Arquitectos Sérgio de Melo e Gonçalo Ribeiro Telles, e Dr. António Borga); colóquio internacional “Música e Mundo da Vida”, coordenado pelo musicólogo Professor Mário Vieira de Carvalho; ciclos de cinema e teatro.
À assinatura do protocolo com a Fundación Bancaja, em 1997, seguiu-se um outro acordo com um importante parceiro na área das artes plásticas: o MEIAC, Museo Estremeño Iberoamericano de Arte Contemporáneo, de Badajoz. Em 1998 foi apresentada a Suite 156, de Picasso.
A III Bienal de Cascais abriu com homenagens a Eduardo Lourenço e a Peter Bogdanovitch, sendo este cineasta ainda agraciado pelo Presidente da República com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique. Intervieram no ciclo de conferências da Bienal Carmen Alborch, Bernard-Henri Lévy, Gonzalo Torrente Ballester, John Ryle (jornalista do Guardian), Eugénio Lisboa, Hélder Coelho, António Coutinho, Alexandre Quintanilha, Eduardo Portella (antigo ministro brasileiro da Cultura) e Júlia Nery.
O seminário A Idade da Sabedoria, concebido por Faria Paulino e dirigido por Paquete de Oliveira, trouxe a Cascais alguns especialistas em gerontologia. O programa de Música e Canto foi assegurado pelos Moscow Piano Quartet, Borodin String Quartet, Orquestra de Câmara de Nicolau Lalov e barítono português Jorge Chaminé. O Teatro Experimental de Cascais levou à cena a peça de Luiz Francisco Rebello A Desobediência. A exposição Cascais: Património e Cidadania foi realizada segundo um guião de Margarida Magalhães Ramalho. Nesta Bienal foi também apresentada uma grande retrospectiva da obra gráfica de João Abel Manta. Neste ano a Fundação realizou também exposições de Eduardo Arroyo, António Dacosta, Victor Belém, Jules Maidoff e Konstantin Bessmertnii.
Com a inauguração do Centro Cultural de Cascais, em Maio de 2000 (espaço onde a Fundação entretanto se instalou), rasgaram-se novos e amplos horizontes à sua actividade cultural, passando a dispor de um excelente espaço que, nesse ano de 2000, era o quarto maior do País em área coberta para exposições, com uma área total de 3.700 metros quadrados.
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